Setembro Amarelo: combate à obesidade ajuda na prevenção à depressão, principal causa do suicídio

2022-09-14T15:58:51+00:00 14/09/2022|

Depressão e obesidade são doenças que, em muitos casos, caminham juntas. Ainda não se sabe exatamente quais as causas dessa relação, mas dados do Centro de Controle e Prevenção de Doenças, agência do Departamento de Saúde e Serviços Humanos americano, mostraram que cerca de 43% dos adultos com depressão tinham obesidade. O contrário também é comum. No Brasil, segundo levantamento do IBGE, 30% das pessoas que procuram tratamento para emagrecer têm depressão.

Essas estatísticas são ainda mais preocupantes, uma vez que a depressão está diretamente relacionada a casos de suicídio. Segundo a Associação Brasileira de Psiquiatria, cerca de 96,8% das pessoas que atentam contra a própria vida têm transtornos mentais e a depressão ocupa o topo deste ranking. Neste Setembro Amarelo, campanha criada pela Associação Brasileira de Psiquiatria e pelo Conselho Federal de Medicina para alertar sobre a necessidade dos cuidados com a saúde mental para prevenir o suicídio, é necessário abordar também a prevenção e o tratamento da obesidade como forma de evitar esse desfecho.

“É preciso que toda a sociedade entenda que depressão, assim como a obesidade, é doença e que precisa de tratamento médico e/ou psicológico. É fundamental também que esses pacientes possam contar com uma rede de apoio efetiva que esteja disposta a ouvi-los e ajudá-los sem julgamentos. Muitas vezes quem percebe que o paciente está dando sinais relacionados à depressão ou a ideações suicidas são familiares, amigos e até mesmo colegas de trabalho. Por isso, poder contar com essa rede é tão importante”, ressalta o cirurgião bariátrico  Cid Pitombo, especialista no tratamento da obesidade.

Hábitos saudáveis têm relação direta com prevenção da obesidade e depressão

É comum que as pessoas associem tristeza à depressão. Mas a doença vai bem além disso. Sentimentos como ansiedade, falta de vontade de viver, desânimo, apatia, desmotivação e pessimismo, procrastinação, irritabilidade e falta de autocontrole frequentes, descuido com a saúde e aparência e sinais físicos como problemas relacionados ao sono, cansaço, dores de cabeça e muscular e perda ou ganho de peso sem causa aparente são indícios de depressão.

Diversos fatores podem relacionar a depressão à obesidade e vice-versa. Uma pessoa deprimida pode apresentar níveis de estresse e, consequentemente, do estado inflamatório do organismo aumentados, provocando resistência à insulina, hormônio essencial para o controle das taxas de glicose no sangue, por exemplo. Também são comuns excessos alimentares para amenizar sensações desagradáveis. Tudo isso pode levar ao ganho de peso e à obesidade.

“Prevenir a obesidade é sinônimo de prevenir dezenas de outras doenças. E os cuidados relacionados a essa prevenção, como manter uma alimentação saudável e praticar atividades físicas regularmente, também estão entre os principais fatores que podem ajudar a combater e a tratar a depressão”, reforça Pitombo.